Novas informações sobre a fuga de detentos no presídio de Eunápolis apontam que a ex-diretora da penitenciária, Joneuma Silva Neres, seria “apadrinhada política” do ex-deputado federal Uldurico Jr. (MDB) e teria sido indicada para o cargo por ele. Além disso, conforme informações do processo, o ex-parlamentar seria um “visitante frequente” da unidade prisional.
De acordo com a reportagem do BATV na noite desta quinta-feira (3), um policial penal, sob condição de anonimato, prestou depoimento informando de que “políticos” entraram no presídio sem passar por nenhuma revista antes de visitar os detentos.
“Tenho conhecimento de que políticos ingressaram no conjunto penal, sem revista, inspeção ou cadastro prévio de visitantes. Sempre que Uldurico chegava ao presídio, eu me retirava da unidade por considerar o ambiente sensível e por não concordar com a ida do político nas condições descritas”, disse o policial em depoimento revelado pelo BATV.
Além disso, o oficial também contou que Uldurico mantinha contato com lideranças de facções criminosas durante suas visitas. Entre os visitados pelo ex-deputado está Ednaldo Pereira Souza, conhecido como Dada, que comanda a facção Primeiro Comando de Eunápolis.
Dada estava encarcerado no presídio de Eunápolis no momento da invasão armada que resultou na fuga dos detentos. A principal suspeita é de que o ataque foi realizado justamente para que criminoso realizasse a fuga. Ele continua foragido.
O ROMANCE COM JONEUMA
Além de ter apadrinhado politicamento Joneuma, Uldurico é acusado de manter uma relação amorosa com a ex-diretora. Em abril deste ano, o Bahia Notícias publicou que ela entrou com uma ação contra o ex-deputado solicitando “alimentos gravídicos”.
No processo, Joneuma, que estava grávida de 28 semanas, alega que Uldurico é pai da criança e alega que, após ser presa, o ex-parlamentar teria cessado a assistência financeira.
No documento de acusação, foram juntados supostas fotografias de Uldurico com Joneuma, além de imagens do casamento de “alto padrão” entre os dois e um teste de DNA que, em tese, comprova a paternidade da criança. Vale lembrar que, no ano passado, o ex-deputado federal se casou com outra mulher, a advogada Renata Rebouças, em cerimônia realizada em Guarajuba, no município de Camaçari.
À reportagem do BATV, Uldurico afirmou que não responderá as acusações e que tem “pressa” para fazer o teste de DNA.
A RELAÇÃO COM DADA
Mais cedo, foi revelado que, supostamente, Joneuma e Dada também teriam mantido um relacionamento amoroso dentro do presídio.
De acordo com a reportagem, testemunhas revelaram que a ex-diretora tinha um relacionamento com Dada ainda dentro do presídio de Eunápolis. Além disso, o ex-coordenador de segurança da penitenciária, Wellington Oliveira Souza, mencionou em depoimento que Joneuma e o criminoso tinham “encontros frequentes” e “sempre a sós”.
Ex-diretora de presídio de Eunápolis planejava fugir ao RJ após facilitar fuga de detentos por R$ 1,5 milhão
A ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, Joneuma Silva Neres, teria recebido R$ 1,5 milhão para facilitar a fuga dos 16 detentos em dezembro do ano passado, segundo novas informações divulgadas. Além disso, ela também teria planejado fugir para o Rio de Janeiro, junto Ednaldo Pereira de Souza, o Dada, apontado como líder da facção Primeiro Comando de Eunápolis.
A fuga, que até hoje mantém 15 foragidos, foi detalhadamente articulada. Segundo o processo revelado pelo BATV na noite desta quinta-feira (3), os detentos abriram um buraco no teto da cela com o uso de uma furadeira, cujo barulho chegou a ser percebido por agentes penais. Apesar disso, a diretora só teria autorizado a revista na cela dois dias depois.
A ferramenta foi encontrada e, segundo depoimento do ex-coordenador de segurança da unidade, Wellington Oliveira Sousa, foi mantida por dias sob posse de Joneuma, guardada em sua sala. Só pouco antes da fuga é que ela teria ordenado que ele levasse a furadeira para sua casa. A cela de número 44, onde os presos estavam, abrigava apenas aliados de o Dada, apontado como líder da facção responsável pela fuga.
A reportagem também mostrou que Joneuma teria facilitado a entrada irregular de alguns objetos no presídio, sob pedido dos criminosos. A ex-diretora autorizou o ingresso de roupas, ventiladores, freezers e até sanduicheiras.
O advogado criminal de Joneuma, Arthur Nunes Gomes, informou que as regalias foram concedidas fruto de negociações visando estabelecer “a ordem dentro do sistema prisional”. Segundo ele, a entrada dos objetos ajudaria a evitar que ocorrerem rebeliões dentro da penitenciária.
ROMANCE COM DADA
De acordo com a reportagem, Joneuma teria mantido um relacionamento amoroso com Dada enquanto ele esteve preso na unidade.
Testemunhas revelaram que a ex-diretora tinha um relacionamento com Dada ainda dentro do presídio de Eunápolis. Além disso, o ex-coordenador de segurança da penitenciária, Wellington Oliveira Souza, mencionou em depoimento que Joneuma e o criminoso tinham “encontros frequentes” e “sempre a sós”.
O romance entre a ex-diretora e Dada, a informação foi negada pela advogada e irmã da acusada, Joceuma. “A gente não sabe quem está articulando tudo isso, mas ela está sofrendo as consequências de um crime que ela não cometeu. Ela nunca teve nenhum relacionamento com essa pessoa”.