Evangélicos no Brasil: documentário retrata a multiplicação de igrejas e crentes no país

Alagoinhas Cultura

O Fantástico no domingo (6) apresentou histórias que fazem parte do documentário da GloboNews “Crentes – Além dos Muros”, sobre o segmento religioso que mais cresceu no Brasil nos últimos 30 anos.

O Brasil está se tornando um país evangélico. E uma tendência ganha força: as igrejas que mais crescem são as de bairro, nas periferias nas grandes cidades e também no interior – são redes locais de solidariedade e fé.

🎦 O documentário da GloboNews “Crentes – Além dos Muros”, já disponível no Globoplay, mostra histórias de seguidores da religião.

Os cristãos evangélicos são o segmento religioso que mais cresceu no Brasil nos últimos 30 anos. A maioria das congregações são pequenas igrejas de bairro, como a que a família de Alice frequenta, que não chega a ter 100 pessoas.

Alice é muito sensível a barulhos e usa fones de ouvido. “Ninguém aqui nunca se importou. Tem mais de um autista aqui além dela, tem outras crianças. E a gente deixa à vontade”, explica a mãe de Alice.

As igrejas evangélicas brasileiras crescem junto com as grandes cidades. Nelas, trabalhadores em busca de melhores oportunidades formam laços espirituais e comunitários.

Em Natal, o grupo de mulheres da professora Kelly Lima pacificou um lugar muito violento. A igreja chegou à comunidade Novo Horizonte, antiga favela do Japão, em 1996. Os moradores contam que a região era muito violenta até então. “Quatro mulheres foram contratadas para visitar as famílias da comunidade”, recorda Kelly. “Isso começou a mudar a realidade da violência”, afirma.

O Pastor Bruno trabalha com recuperandos de dependência química. A missionária Cleide Soares cuida de mulheres no presídio feminino. E a própria Kelly lidera um projeto que oferece aulas de taekwondo para mais de 90 jovens.

O Pastor José Marcos, de Recife, destaca a importância de evitar a intolerância religiosa: “Não pode ter intolerância religiosa. Eu vou dizer uma coisa. Se a gente não botar freio nisso, a gente vira um talibã gospel.”

Evangélicos no Brasil: documentário retrata a multiplicação de igrejas e crentes no país — Foto: Reprodução/Fantástico

Evangélicos no Brasil: documentário retrata a multiplicação de igrejas e crentes no país — Foto: Reprodução/Fantástico

Raio-X das igrejas evangélicas

 

Uma pesquisa publicada em 2019 registrou quase 110 mil igrejas evangélicas em todos os estados e no Distrito Federal – o levantamento não inclui igrejas sem CNPJ.

“A gente pode ver essa diversidade em dois grupos principais: dos evangélicos históricos, que são predominantemente evangélicos de classe média, e o pentecostalismo. A partir desses grupos, tem centenas ou milhares de subdivisões”, resume o antropólogo Juliano Spyer, que já escreveu dois livros sobre os evangélicos brasileiros.

 

Ele também explica por que os evangélicos se chamam de crentes: “Crente tá na Bíblia. Nós cremos num Evangelho que transformar, num evangelho que é uma boa notícia que chega pra trazer paz, alegrias, justiça. O amor, ele é exercitado, ele é aprendido no atrito, na diferença. Ser evangélico é ser amante do amor.”

“Os membros são majoritariamente pretos ou pardos, pobres, periféricos, jovens, e a maior parte são mulheres”, resume Spyer sobre o perfil dos crentes.

No bairro do Grajaú, periferia no extremo sul de São Paulo, Juliano mostra como a pesquisa dele é feita em campo: percorrendo o território de moto, ele foi marcando igreja por igreja no mapa.

“Em 100 metros, você tem Assembleias de Deus de ministérios diferentes, que é a característica da Assembleia de Deus, né? O ministério significa que aquilo dali é uma igreja por ela mesma. As referências passam também nas lojas, então antes você tinha Mercadinho São Paulo, São Bento, e agora você vê ali uma referência ‘Bar da Rose – Deus é Fiel'”, revela Juliano.

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