Por Victor Hernandes
Foto: Valter Pontes / Secom
A falta da coleta de esgoto, saneamento básico e acesso a água de qualidade ainda são problemáticas graves para muitos baianos. O tema chamou atenção e virou alerta, após a Bahia obter uma parcela de 58,8% da população sem coleta de esgoto. Em números, cerca de 8.312.028 não tem a coleta.
A questão reflete no número de internações hospitalares por doenças de veiculação hídrica no estado. Segundo o levantamento do Instituto Trata Brasil, acessado pela reportagem do Bahia Notícias, foram registradas em unidades de saúde do território baiano 11.223 Internações totais por doenças do tipo, a exemplo de Hepatite infecciosa (A e E), cólera, gastroenterite, diarreia, Criptosporidíase, Febre tifoide e paratifoide, entre outras.
Os números foram coletados pelo Data SUS, em 2022. De acordo com o levantamento, foram óbitos cerca de 182 mortes resultantes das enfermidades citadas anteriormente.
Além disso, o estado ainda tem uma taxa de 7,94% de incidência de internações totais de pacientes com casos de doenças do tipo por 10 mil habitantes e 0,13% na taxa dos óbitos. As despesas com internações desses problemas de saúde chegaram a R$ 5.038.111,66, conforme os dados coletados pela pesquisa naquele ano.
Ainda na Bahia, cerca de 272.445,20 m³ tem um esgoto não tratado. O balanço ainda trouxe a parcela da população sem acesso à água (20,3%), o índice de esgoto tratado referido à água consumida (48,8%). As informações ainda apontaram que a renda das pessoas com saneamento é de R$ 2.339,43 mensalmente e das pessoas sem saneamento básico é de R$ 1.275,99.
DADOS NA CAPITAL
A cidade de Salvador atingiu quase 100% da população que conseguem acessar a água potável. Segundo o estudo, 98,8% dos soteropolitanos têm acesso à água, já 11,7% não tem coleta de esgoto. A incidência de internações totais por doenças de veiculação hídrica na cidade é de 2,44% e a taxa de óbito é de 0,10%. As despesas com internações do tipo chegaram a R$ 595.863,27.
O diretor de Assuntos de Saúde Pública da Associação Bahiana de Medicina (ABM) e médico clínico, Guilhardo Ribeiro, demonstrou preocupação com os números encontrados em todo o estado. Para o médico, as crianças e os idosos são os mais afetados por este problema social e de saúde.