Alagoinhas recebe Nordestão de Futebol de Mesa

Alagoinhas Esporte

A Prefeitura de Alagoinhas, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo (Secet), apoia a realização do 45ª Nordestão de Futebol de Mesa, evento que acontece no Hotel Absolar, de 21 a 23 de março reunindo atletas de toda a região Nordeste, além de comitiva do Espírito Santo.

Organizado pela Confederação Brasileira de Futebol de Mesa, a competição é dividida em três categorias (especial, sênior e master), com a participação de mais de 120 atletas. “Eventos assim acabam movimentando a economia da cidade, os hotéis, bares, restaurantes, o comércio de um modo geral e fomentando esse esporte, que é uma modalidade que tem crescido bastante. Existem várias modalidades esportivas que fogem daquela coisa tradicional e que trazem seus eventos esportivos junto. Com isto, o turismo esportivo também é promovido. A determinação do prefeito Gustavo Carmo é para que a gente amplie cada vez mais o apoio a esse tipo de iniciativa”, explica o secretário da Secet, João Henrique Paolilo.

Membro da Federação Baiana de Futebol de Mesa, Fábio Lustoza, que participa da comissão organizadora do Nordestão em Alagoinhas, conta que o impacto do evento foi sentido na cena esportiva local. “A Federação Baiana de Futebol de Mesa assumiu o evento aqui no estado, e toda a responsabilidade orçamentária e logística ficou a cargo da equipe do clube de Alagoinhas. A realização desse campeonato foi algo fora do normal, porque era para ser realizado em Ilhéus, mas, como houve desistência, para não sair da Bahia, nós assumimos. Tivemos o apoio da prefeitura para que essa realização saísse do papel”, informa Lustoza. Ele revela ainda que Alagoinhas está atualmente em primeiro lugar no ranking nacional de Futebol de Mesa, resultado do empenho dos atletas do Clube Acra Futmesa, que funciona no espaço da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB).

“A nossa ideia é popularizar ainda mais o Futebol de Mesa. Para isso, vamos elaborar um projeto que queremos implantar nas escolas do município, com crianças e jovens. Atualmente, a Acra Futmesa tem 20 integrantes ativos, mas queremos que esse número aumente nos próximos meses”, completa Fábio Lustoza.

Praticante do esporte há mais de 45 anos, Alfredo Ricardo Taubert Libório ressalta a importância do evento estar acontecendo na cidade onde ele reside. “É algo extremamente pioneiro para Alagoinhas e espero que seja o primeiro de muitos outros. Isso é uma fraternidade, nós todos somos irmãos, amigos e colegas, e aqui estamos para alavancar o nome de Alagoinhas no cenário do Futebol de Mesa”, pontua.

Vindo de Salvador, o atual campeão da Copa do Brasil, primeiro lugar no ranking brasileiro e campeão baiano, Eduardo Mata Milton da Silveira avalia o papel do Futebol de Mesa no cenário nacional. “É um esporte que tem uma representatividade nacional porque é muito bem organizado. Sou também vice-presidente da Federação Baiana, que participa da realização deste evento em Alagoinhas, e friso que a Bahia é um dos estados mais fortes do Brasil nessa prática. É importante trazer eventos desse porte para a Bahia e, no caso, para Alagoinhas, pela visibilidade que atinge, pois tem abrangência nacional”, comenta.

CONHEÇA UM POUCO DA HISTÓRIA

futebol de botão (ou ainda futebol de mesa e futmesa) é um jogo simulado de futebol praticado com botões apropriados, que, de certa forma, representam os jogadores e são movidos com o auxílio de uma palheta; é praticado como um “passatempo” e como esporte oficialmente reconhecido sendo, nesta última condição, denominado “Futebol de Mesa”.

Futebol de botão

O futebol de botões foi inventado em 1930[1] pelo brasileiro Geraldo Cardoso Décourt, que, primeiro jogava com botões de madeira, passando posteriormente a usar os botões de plástico. Dessa brincadeira de criança surgiu o “jogo de botões”, aquilo que se tornaria o esporte difundido e praticado como modalidade esportiva, apresentando uma diversidade de regras e materiais, tendo adeptos em um grande número de países.[2]

O dia do nascimento de Geraldo Décourt em 14 de fevereiro, foi oficializado pelo governador Geraldo Alckmin, em São Paulo, no ano de 2001, como o “dia do botonista”.

Décourt foi um incansável divulgador e organizador de eventos de futebol de mesa, o que propiciou o desenvolvimento do esporte, assim como sua popularização.

Paralelamente a esse incremento de regras e desenvolvimento de materiais cada vez mais adequados à execução do jogo, em diversas regiões do Brasil, mormente nas décadas de 1930 a 1980, várias modalidades eram praticadas, usando-se diversos tipos de botões e superfícies onde os mesmos deslizavam, desde o piso das casas, mesas de jantar, até o famoso “Estrelão”, mesa de jogo sem cavaletes, produzida pela fábrica Estrela, durante os anos 60.

Famosos ficaram os “botões de osso” ou de “paletó”, que nada mais eram que os botões retirados dos antigos termos; dentre esses, uma classe de botões conhecida como “Paulo Caminha” marcou época; depois vieram as “capas de relógios”, que nada mais eram que os “vidros’ substituídos dos relógios que iam para conserto; finalmente, na década de 1950, surgiram os botões industrializados, de plástico, com adesivos colados ao centro, contendo os escudos ou mesmo as faces dos jogadores dos times famosos do Brasil.

Os botões de acrílico já eram utilizados, entretanto, em uma proporção bem menor em relação aos dias de hoje, quando são predominantes.

Os botões industrializados começaram com os famosos canoinhas, que eram botões rebaixados no meio, com o rosto do jogador ao centro, normalmente com imagem em preto e branco; existiram até alguns coloridos. Algumas fábricas os fizeram, Estrela, Trol e outras

Os “Bolagol”

Eram botões fabricados pela “Plásticos Santa Marina” tendo de início o nome “Futebol Miniatura”; vinham em caixas de time simples ou em caixas de times duplos, as caixas eram assim:

  • Caixa dupla com o nome antigo de “Futebol Miniatura”
  • Caixa “BOLAGOL” simples, já com o nome Bolagol

Os fabricantes de botões “BOLAGOL” primaram em fazer uma das maiores coleções de times do Brasil e estrangeiros de que se tem notícia, ninguém fabricou tamanha diversificação de times de tantos estados brasileiros; a coleção é composta por aproximadamente 130 equipes entre brasileiras, seleções e estrangeiras.

Coleção “Onze de Ouro”

A “coleção onze de ouro” foi feita em homenagem às seleções brasileiras de 1958 e 1962, equipes campeãs mundiais, e os times que possuíam jogadores nestas seleções e que tinham maior destaque à época no Brasil, que eram os paulistas; PalmeirasSantosSão PauloPortuguesa e Corinthians; e os cariocas; FlamengoBotafogoVascoFluminense e América.

Esta coleção teve duas etapas, a primeira em 1964 e a segunda em 1965; eram botões vendidos em bancas de jornal, em pacotinhos com um botão dentro e para se conseguir as palhetas (apertadeiras e outros nomes dependendo do estado), goleiros e as traves (goleiras no sul) era preciso trocar “jogadores chaves” pelos mesmos. A coleção até hoje é procurada pelos colecionadores sedentos por possuir os grandes jogadores de uma época de ouro de nosso futebol.

A Estrela lançou, já na década de 1970, um novo botão, mais alto, porem mais barato e de menor qualidade que o famoso “canoinha”, eram eles “o estrela chutador”.

A “Estrela” lançou também, após a série com os fotos dos jogadores, uma série com escudos dos clubes de futebol do Brasil.

O botão de “Banca de Jornal”

Quase que concomitante ao lançamento dos botões Onze de Ouro, a febre do jogo de botão invadiu o Brasil e foram lançadas algumas séries denominadas “Craques da Pelota”, onde existiam os “patente requerida” e “marca registrada”, brincadeira derivada do fato de vir escrito atrás da chapinha que prendia o rosto do jogador, estas palavras.

Também criaram a série “Ídolos do Futebol” que além de ser vendida em bancas de jornal, era encontrada também nos grandes magazines.

O último modelo que saiu com o rosto dos jogadores de futebol era a série Gulliver, que veio com algumas variações, dentre elas um botão chamado “cristal”. Estes dois últimos modelos são vendidos ainda hoje em grandes magazines, porém, apenas com os distintivos de grandes clubes de futebol e seleções.

O futebol de botão voltou!

Desde 2014 a empresa Botões Clássicos criou uma loja virtual para aficcionados do tema. A Botões Clássicos é considerada uma das principais [3] marcas responsáveis pela retomada da brincadeira. No site você encontra mais de 20 clubes licenciados e cerca de 1500 times diferentes. Em 2018 a marca lançou o primeiro espaço temático de futebol de botão , Arquibancada Botões Clássicos, juntando futebol de botão, bar e loja num local que tem sido muito importante para a volta da brincadeira com participação assídua de crianças[4].

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