Além da irmã Rosa Sales, a esposa do prefeito Pequeno Sales, conhecida como “Cafu” também está envolvida
Nem deu tempo do prefeito de Catu, Pequeno Sales, comemorar uma liminar requerida pela sua irmã Rosa Sales, secretaria de educação, tentando barrar a CPI da Câmara do Município.
No mesmo dia da expedição, na ultima sexta-feira, o Ministério Público da Bahia publicou um parecer técnico confirmando as irregularidades investigadas pelos vereadores.
O documento foi como um banho de água fria nas dancinhas de ocasião do prefeito Pequeno. O MP apontou uma série de irregularidades tais como:
– Superfaturamento,
– Discrepâncias entre compra e produto,
– Não equivalência quantitativa e qualitativa entre os computadores,
– Contrato, e
– Inadequação com o Tribunal de Contas da União.
MEDO
Através da irmã, o prefeito Pequeno Sales tenta barrar a CPI na justiça porque não teve maioria para impedi-la na Câmara.
Rosa Sales, após alegar motivos de “viagem” para não atender a convocação da CPI, conseguiu uma liminar tentando impedir as investigações alegando “irregularidades” na sua instalação.
E agora ocorre uma disputa judicial para continuidade da investigação.
Nas redes sociais, o grupo do prefeito silencia sobre as acusações de corrupção e os grupos adversários afirmam que toda a família do prefeito está com medo.
FAKES
Desde junho, a CPI investiga a compra de 400 computadores adquiridos durante a pandemia com uma fatura de quase dois milhões para uma empresa por nome “Soluções em Tudo”.
Esta empresa supostamente localizada em Cajueiro, pequena cidade do interior de Alagoas, indicou um endereço falso no momento da licitação.
O suposto proprietário, Robson Marque da Silva, indicou sua residência na cidade de Pilar, mas ele também não foi encontrado naquele mesmo Estado, nem o numero da sua casa.
Em ambas cidades foram encontradas as duas ruas, mas não os números indicados no processo da licitação.
A CPI trabalha com a hipótese que não apenas os endereços mas toda a licitação é fake.
CPI AVANÇA
Além de endereços falsos da empresa e do seu “proprietário”, agora a Comissão Parlamentar de Inquérito fez outra descoberta relacionada à família do prefeito Pequeno.
A esposa do prefeito Jucicleide Bezerra da Silva (conhecida como ‘Cafu’) também está envolvida nas irregularidades desta mesma licitação.
A primeira-dama é secretária da pasta de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e utilizou verbas federais para adquirir computadores na mesma leva da licitação fraudulenta.
Diante desta sua ação, o Ministério Público assinalou que:
“O aumento quantitativo de 45 equipamentos realizada pela municipalidade não se mostra adequada ao entendimento do Tribunal de Contas da União – TCU”.
QUESTÕES
A CPI quer saber:
– Para quem foi pago quase dois milhões por 400 computadores de baixa qualidade e especificações inferiores ao que foi licitado?
– Onde mora o suposto proprietário? Aonde está localizada a empresa?
– Por que uma empresa constituída praticamente em cima da licitação e sem tradição de venda de computadores no mercado conseguiu ser classificada para uma licitação tão específica?
– Por que a esposa do prefeito também envolveu recursos federais nesta compra?
DOC DO MP
Veja em detalhe os itens do parecer do Ministério Público:
– Discrepância – “Os equipamentos entregues não se amoldam às especificações descritas no Edital, uma vez que os notebooks adquiridos (4GB HDD de 1TB e 8GB HDD de 1TB) são discrepantes ao quanto consignado no Termo de Referência (4GB SSD de 120 GB)”;
– Gato por lebre – “Não há equivalência quantitativa e qualitativa entre os computadores objeto de aquisição nas licitações e os notebooks objeto do Pregão Presencial nº 047/2021. As licitações escolhidas como referenciais ou paradigmas pelo município de Catu, destinaram-se à aquisição de notebooks em quantidade significativamente menor do que a pretendida pela municipalidade”;
– Preços – “A aquisição dos notebooks de 4 GB (RAM) e 1 TB (HDD) está em desconformidade com os preços de mercado observados à época da licitação”.
– Contrato – “O aumento quantitativo de 45 equipamentos realizada pela municipalidade não se mostra adequada ao entendimento do Tribunal de Contas da União – TCU”.
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A íntegra do documento está neste endereço. <