Entenda as mudanças no ensino médio que passam a valer em 2025

Política
Foto de capa: Fernando Frazão/Agência Brasil
Por Paulo Saldña e Matheus Teixeira | Folhapress

Com a aprovação de uma nova reforma do ensino médio, finalizada no Congresso nesta terça-feira (9), a etapa passará por mais uma série de mudanças a partir de 2025. O novo modelo, patrocinado pelo governo Lula (PT), exigirá ações como criação de diretrizes, adaptação de carga horária e também de itinerários formativos.
O texto final foi aprovado na Câmara e segue para a sanção presidencial. A expectativa é que seja sancionado pelo presidente na íntegra.

Fica mantida a estrutura geral definida na reforma de 2017, com a divisão do ensino médio em dois blocos: uma parte comum a todos os alunos e outra, de itinerários formativos —que são linhas de aprofundamento, que devem ser escolhidas pelos alunos. Mas, agora, haverá mais tempo de aulas para essa parte comum do que era previsto antes.
Leia a seguir os principais pontos.

COMO SERÁ A DIVISÃO DE HORAS DE AULAS?
Considerando uma jornada de 5 horas de aulas por dia, que totalizam 3.000 horas nos três anos do ensino médio, 80% da carga horária deve ser vinculado à parte comum. Esse bloco abriga disciplinas tradicionais, com conteúdo vinculado à Base Nacional Comum Curricular (que define o que deve ser ensinado na educação básica). O restante é direcionado para os itinerários formativos, que são divididos em cinco linhas: linguagens, matemática, ciências humanas, ciências da natureza e ensino técnico e profissional.

Parte comum:
Nova lei prevê aumento de carga mínima comum ao longo dos três anos.

 

– Como é: esse bloco é menor, com 1.800 horas (60%)
– Como fica: alunos devem cursar 2.400 horas (80%) da parte comum
Exceção da parte comum para o ensino técnico:
Previsão menor da parte comum busca garantir oferta de ensino técnico com carga horária maior.
– Como é: no modelo atual, a parte comum para ensino técnico é a mesma para os outros itinerários, de 1.800 horas
– Como fica: Cai de 2.400 para 2.100 horas, sendo que 300 horas desse montante devem aliar a formação geral e o ensino técnico

HAVERÁ NOVAS DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS?
O texto eliminou a obrigatoriedade do ensino de espanhol, algo que tinha sido incluído quando o texto passou no Senado mas não foi acatado quando na votação final na Câmara. O inglês continua como língua estrangeira, e o espanhol, como opção preferencial de oferta.
A nova reforma reforça que o ensino médio deve ter conteúdos de todas as disciplinas tradicionais. Na mudança de 2017, apenas português e matemática eram explicitados como obrigatoriedade, o que resultou na redução, em muitas escolas, de conteúdos como história, sociologia e geografia. Dessa forma, a mudança aprovada busca fortalecer uma formação básica mais ampla, ainda que mantenha o princípio de flexibilidade curricular com os itinerários.

COMO FICA A ORGANIZAÇÃO DOS ITINERÁRIOS?
Em termos de opções formais de itinerários, a nova mudança do ensino médio mantém os cinco itinerários já previstos em 2017:
linguagens;
matemática;
ciências humanas;
ciências da natureza;

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