O Fala Brasil conversou com um especialista que esclareceu todos os mitos e verdades da doença; saiba mais
Com o aumento de casos em todo o país, a situação da dengue volta a preocupar os brasileiros. Atualmente, as informações verdadeiras sobre o que realmente atrai ou afasta o Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença, acabam se perdendo em meio a mitos duvidosos que intrigam a população. Por isso, o Fala Brasil conversou com um especialista que revelou tudo o que você precisa saber sobre o assunto. Confira!
Há cerca de dois anos, a comerciante Alyne Rodrigues foi picada pelo mosquito e contaminada com a dengue. Porém, ela ainda recorda bem os sintomas sofridos. Segundo Alyne, as dores físicas a impediam de comer e até mesmo de levantar da cama, por causa disso, precisou ficar mais de uma semana afastada do trabalho. Com o retorno do surto da doença, um sentimento se manifesta na comerciante: “Tenho muito medo“.
Devido à experiência traumática, Alyne passou a tomar uma série de cuidados para evitar novas picadas do mosquito. Como, por exemplo, usar roupas que cubram boa parte do corpo, sempre retocar o repelente e instalar telas nas janelas para evitar que o inseto entre. Além disso, o cuidado com a água parada em vasos de plantas foi um hábito desenvolvido pela comerciante
No entanto, será que todas essas medidas são realmente necessárias? O que, de fato, ajuda a evitar a dengue? A equipe da RECORD foi para as ruas e conversou com o público para esclarecer todas as dúvidas sobre o que atrai ou afasta o Aedes aegypti. Para esclarecer todos os mitos e verdades, o infectologista Renato Kfouri respondeu às perguntas
O gerente Evandro Maciel compartilhou uma dúvida muito comum entre a população: “A gente escuta falar que a roupa preta atrai”. Segundo o especialista, isso é um mito. Na verdade, as roupas claras permitem uma maior identificação do mosquito, enquanto nas roupas escuras, fica mais difícil de ver o inseto quando ele pousa. Quanto à cor da roupa, o médico afirmou: “Não traz nenhum benefício em termos de proteção“.
Já Claudionor do Carmo, faxineiro, questionou a eficácia de produtos como a Citronela, planta que age como um repelente natural. Renato explicou que os insetífugo caseiros, feitos com óleos ou plantas, até podem funcionar a curto prazo, porém, não se conhece a duração da proteção oferecida e ainda podem causar, eventualmente, alergias. Então, ele aconselhou: “É melhor usar os produtos registrados pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]”.
Quanto à teoria da atração do mosquito por líquidos na pele como sudorese e perfumes, o infectologista revela: “Não há nenhuma evidência que o suor aumente ou afaste”. Mas, quando se trata das fragrâncias, a história é diferente. “O cheiro pode ser atrativo“, explicou o especialista.
Uma telespectadora levantou a questão do sangue mais ou menos favorável ao inseto transmissor. Então, o médico garantiu: “Isso é um mito”. Além disso, complementou: “Não há nenhum tipo sanguíneo que seja atrativo para o mosquito“. O especialista disse ainda que não existem grupos de pessoas mais ou menos propensos à serem picados e infectados
Mas, ainda fica a dúvida: quando alguém já está com dengue, deve continuar a passar repelente? É comum pensar que sim, para não ser atingido novamente. O que poucos sabem, na verdade, é que o principal motivo para usar a proteção nesses casos é evitar a transmissão para outras pessoas
Outra indagação diz respeito ao consumo de vitaminas e minerais para se proteger da dengue. O médico, então, afirmou: “Não há nenhuma forma de medicamento que previne a doença“. Ele explicou que não existem evidências de que remédios sejam capazes de evitar a picada do mosquito, nem mesmo os indicados para vermes
Então, dentre todos os cuidados que se podem tomar para evitar a doença, um deles continua imbatível: não deixar água parada. “Todos nós devemos vistoriar nosso telhado, quintais e caixas d’água procurando focos de dengue“, disparou o infectologista.
O médio elencou, no final, as três principais formas de prevenção: “Evitar os criadores do mosquito [como lugares com água parada], [fazer uso de] repelentes e se vacinar“. Assim, a dengue, doença transmitida pelo inseto, ficará cada vez mais distante da população.
Acompanhe dicas como essas no Fala Brasil. O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 8h40, e aos sábados, a partir das 7h35, na RECORD.