Para o relator, Ricardo Salles (PL-SP), ‘não existem motivos’ para estender os trabalhos do colegiado
O avanço das negociações em torno do ingresso de PP e Republicanos no primeiro escalão do governo Lula impôs um duro revés ao desejo de prorrogar por 60 dias os trabalhos da CPI do MST.
Uma manobra capitaneada pelo líder do Republicanos na Câmara, Hugo Motta (PB), possibilitou a troca de dois integrantes da comissão por nomes simpáticos ao Palácio do Planalto. Nem mesmo o presidente da CPI, Tenente Coronel Zucco (RS), foi comunicado da decisão pela cúpula da legenda à qual é filiado.
O movimento foi seguido pela bancada do União Brasil, partido que controla direta ou indiretamente três ministérios na gestão petista, mas tenta abocanhar mais espaços no segundo e no terceiro escalões.
Os deputados Alfredo Gaspar (AL) e Nicoletti (RR) serão substituídos pelos colegas Carlos Eduardo Gaguim (TO) e Damião Feliciano (PB), segundo ofício enviado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Mais cedo, Lira acatou um recurso apresentado pelo deputado Nilto Tatto (PT-SP) e decidiu anular o requerimento de convocação do ministro Rui Costa, da Casa Civil.
A decisão foi classificada como “um péssimo precedente” pelo relator da CPI, o deputado Ricardo Salles (PL-SP). Por esta razão, acrescentou o parlamentar, “não existem motivos” para prorrogar as investigações.
“Diante dessas manobras regimentais e a clara mobilização de partidos que estão negociando espaços no governo, não há motivos para ampliar o prazo. A migração desses partidos para o governo já deixa isto claro. Essas manobras prestam um desserviço para o Brasil”, disse.