Do bicampeonato baiano ao risco de rebaixamento: O que aconteceu com o Atlético de Alagoinhas?

Alagoinhas

 

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Atual bicampeão baiano, o Atlético de Alagoinhas vive uma temporada desagradável. A uma rodada do fim da fase de grupos do estadual, o Carcará corre o risco de ser rebaixado para a Série B – só tem um ponto a mais que o Jacobinense, que abre a zona da degola. Além disso, tem quatro derrotas e uma vitória em quatro jogos da Copa do Nordeste de 2023. O que acontece com o clube que dominou o cenário estadual nos últimos anos? 

Atlético de Alagoinhas conquista o Campeonato Baiano - Paraibaonline

Para começar, é preciso voltar para 2022. Logo após o segundo título consecutivo do Baianão, o Atlético de Alagoinhas perdeu seus grandes destaques. Miller, Dionísio e Thiaguinho foram negociados com o Vitória. 

 

Apenas Dionísio vingou. Miller até chegou a voltar para o Carcará no mesmo ano, mas logo depois foi emprestado para o Carajás e, na sequência, vendido ao Botafogo-PB. Thiaguinho hoje é jogador do Ferroviário. 

 

Fato é que, para 2023, o Carcará precisou investir na reformulação de 85% do elenco. Mantido para a temporada 2023, o técnico Agnaldo Liz não conseguiu bons resultados e foi demitido após cinco partidas

 

A diretoria do clube optou por efetivar o auxiliar Zé Carijé. Depois de uma vitória, um empate e quatro derrotas em seis partidas, o profissional também acabou dispensado. 

Ao reportagem, o presidente Albino Leite avaliou as próprias decisões e a dificuldade para fazer a reformulação do elenco.

 

“E sempre falei que se você planta bem, você colhe bem. Infelizmente, não plantamos bem no início da temporada. Tivemos problemas internos, questões de contratação, e em alguns momentos perdemos o foco. Se houve algum erro, a responsabilidade é do presidente, que devia ter tomado as decisões corretas. Acho que demorei a tomar as decisões”, disse. 

 

“Havia muito interesse nos nossos jogadores bicampeões. Teve um momento que não conseguimos segurar, e tivemos que buscar no mercado”, completou. 

Atualmente, quem comanda o Carcará é Rodrigo Chagas, responsável por levar o Jacuipense à primeira final de Campeonato Baiano de sua história em 2022. Foi sob Rodrigo que o Atlético conseguiu sua primeira vitória na Copa do Nordeste, nesta quinta-feira (23), contra o Campinense, por 2 a 1. 

 

No entanto, o técnico tem uma missão ainda mais importante no próximo domingo (26). O Atlético-BA enfrentará o Doce Mel, às 16h, pela última rodada do Baianão, no estádio Antônio Carneiro, em Alagoinhas, e depende apenas de si para se manter na Primeira Divisão. 

 

Uma vitória simples já basta. Caso empate, precisará torcer para que o Jacobinense não vença o Bahia de Feira ou para que o Barcelona de Ilhéus seja derrotado pelo Vitória. Caso seja derrotado, apenas um tropeço do Jacobinense contra o Bahia de Feira garante o Carcará na Série A. 

Em teoria, não é um cenário tão complicado, já que o Doce Mel, adversário do próximo domingo, é o pior time da competição e já teve o rebaixamento decretado. Mas o retrospecto do Atlético em 2023 assusta. Em 13 jogos, o time conseguiu apenas 3 vitórias, com mais dois empates e impressionantes oito derrotas. O aproveitamento é de 28,2%. 

 

Vale lembrar que, como não avançará à semifinal do Baianão, o clube não terá vaga na Copa do Brasil do ano que vem. O mata-mata nacional é o principal objetivo dos clubes de menor orçamento, já que oferece a maior premiação. 

 

Só por participar da primeira fase em 2023, o Carcará receberá R$ 750 mil. O time entra em campo na próxima quarta-feira (1º), para enfrentar o Atlético-GO, no estádio Antônio Carneiro, às 19h. Caso avance, o “pix” será de R$ 900 mil. 

 

Historicamente, o Atlético passa por dificuldades financeiras, já que é um time do interior do estado. Neste ano, contudo, Albino Leite garante que os salários estão em dia e que há apenas alguns passivos com jogadores mais antigos a serem sanados. 

 

“Os jogadores estão com salários em dia. Alguns jogadores antigos estão com passivos a serem pagos. E espero que antes do primeiro jogo da Copa do Brasil a gente consiga fazer o pagamento do mês de fevereiro”, destacou. 

 

TENSÃO NOS BASTIDORES 

A reformulação no elenco não foi a única coisa que contribuiu para o ano ruim do Atlético-BA. Politicamente, o clube vive momentos de tensão desde o ano passado. A eleição para a presidência da agremiação terminou na delegacia após integrantes das duas chapas concorrentes irem “às vias de fato”. 

Os envolvidos foram o candidato à reeleição pela chapa Renovação, Albino Leite, e o candidato à vice-presidência de oposição pela chapa Atlético Acima de Tudo, George Caboré. Albino acabou eleito por aclamação, pois a outra candidatura foi impugnada pela Comissão Eleitoral. 

 

Ainda há tempo para se recuperar. Após o Baianão, o Carcará poderá focar na Copa do Nordeste e na Copa do Brasil. No segundo semestre, tem a disputa da Série D do Brasileirão. Segundo o presidente, o objetivo é subir para a Série C. 

 

“Agora, precisamos trabalhar. Temos um campeonato em andamento, que é a Copa do Nordeste. Temos chance de classificar. Além disso, tem a Copa do Brasil, na qual venho batendo na trave há três anos e neste ano quero classificar, e a Série D. Nosso foco é estar entre os quatro e conquistar o acesso”, projetou. 

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